segunda-feira, 24 de março de 2008

Origem da flauta


A flauta é um aerófone (instrumento de sopro) presente em todas as culturas primitivas. É conhecida como o primeiro instrumento da humanidade, depois, é claro da voz e da percussão. Nas pinturas presentes nas cavernas vemos representações de flautas e de apitos o que comprova a existência deste instrumento desde 60.000 anos antes de Cristo.


Lenda Grega acerca da origem da flauta


Havia uma náiade (pequena deusa das fontes e dos rios) chamada Sírnix. Um dia, andando Sírnix a passear pelos montes Àrcades, foi perseguida pelo deus dos bosques, Pan, que por ela se tinha apaixonado. Sírnix fugiu até que o rio Ladón lhe cortou o caminho. Aflita, pediu a protecção de outros deuses que, comovidos, a transformaram numa cana. Pan, muito desconsolado, verificou que o vento silibava ao passar pela cana e pensou serem os lamentos da ninfa. Decidiu cortar a cana e uniu vários pedaços com cera de abelha. Transformou Sírnix num maravilhoso instrumento, que podia tocar quando a paixão e o desejo o possuíam.

Assim nasceu a flauta, segundo a imaginação maravilhosamente poética dos gregos.



Ana Luísa Fernandes

domingo, 23 de março de 2008

Subjectividade


Os meus olhos são uns olhos.

E é com esses olhos uns

que eu vejo no mundo escolhos

onde outros, com outros olhos, não vêem escolhos nenhuns.



Quem diz escolhos diz flores.


De tudo o mesmo se diz.


Onde uns vêem luto e dores,


uns outros descobrem cores do mais formoso matiz.



Nas ruas ou nas estradas


onde passa tanta gente,


uns vêem pedras pisadas,


mas outros gnomos e fadas


num halo resplandescente.




Inútil seguir vizinhos,


que ser depois ou ser antes.


Cada um é seus caminhos.


Onde Sancho vê moinhos


D. Quixote vê gigantes.



Vê moinhos? São moinhos.


Vê gigantes? São gigantes.





António Gedeão



Se fosse vivo, António Gedeão, pseudónimo do poeta Rómulo de Carvalho, completaria este ano 102 anos de vida.





Ana Luísa Fernandes

sábado, 22 de março de 2008

dAnÇaS dE sAlÃo

A turma de danças de Salão fez a sua primeira atuação no Concerto de Páscoa do CVS do passado dia 16 de Março. Com apenas 6 aulas e com algum nervosismo, mas, mesmo assim foi possivel demonstrar alguns dos paços aprendidos e o entusiasmo desta turma pelas aulas. É claro que ainda "pés de chumbo" mas com muita vontade de evoluir.
Queria aproveitar para agradecer aos professores pela disponibilidade, animação e paciência que teêm comnosco nas aulas.
Não queria terminar sem demonstrar a minha tristeza por não sermos reconhecidos, enquanto parte integrante do Conservatório, pois para além de outros motivos, não nos incluiram no album de fotos do concerto de Páscoa publicado no site da ACML.


Cristiana Coelho

A Associação de Estudantes deseja a toda a comunidade escolar uma Páscoa Feliz !!!

A cultura da Violência nao escolhe classes

Sílvia Carla Conceição

Psicologa escolar, especialista do Centro de Educação Integrada da instituição social a Cidade dos Meninos, em São Paulo, no Brasil, Sílvia Carla Conceição participou no primeiro grande Congresso Internacional sobre Estudos da Criança, realizado recentemente na Universidade do Minho. Com vasta experiencia no estudo da violência na infância, foi uma das caras da campanha Palmada já era!, promovida no Brasil para sensibilizar cidadãos e politicos para os direitos dos mais pequenos.

Em Portugal, ainda existe a ideia de que uma boa palmada educa. É correcto pensar assim?

Não. Isso pressupõe a ideia de uma relação de poder, a criança não é vista como sujeito ou pessoa, mas sim como objecto. Dentro das nossas crenças, a palmada ainda é recurso para educar, ou seja, algo de lícito. Só que, de palmadinhas em palmadinhas, vai aumentando a força e a intensidade. Qualquer prática que atinja o corpo do outro e provoque dor física é violência.

A palmada não é justificável em nenhum caso?

Não. Se a mãe usar a punição corporal pelo facto de a criança ter feito alguma coisa errada, terá de utilizar sempre o mesmo recurso. Se, depois de bater varias vezes, ela tentar conversar, a criança já não ouvirá. Ela vai esperar a palmada, por isso é entendido como resolução do problema. A palmada é uma extinção de comportamento. Quando a gente bate, a criança pára, de facto. Mas isso não tem qualquer significado educativo.

A criança que apanha é violenta para com outras crianças?

A partir do momento que a criança percebe que um conflito se resolve através da violência física, ela vai reproduzir isso com outras crianças. Se ela aprendeu na relação parental que bater resolve, usara o mesmo procedimento. Nunca tentará conversar.

A violência é mais comum em determinadas classes sociais?

Rico bate, pobre bate. A cultura da violência é um fenómeno democrático, não escolhe classes. O que os estudos mostram é que a criança mais nova, mais frágil, apanha mais. Você dá um chuto num cão, não dá num leão. Se bater num adolescente, pode levar.

Porque é que só um pequeno grupo de países proíbe todo o tipo de castigos corporais nas crianças?

A infância já não é uma grande preocupação dos governos. AO longo da história da Humanidade a criança foi olhada sempre de uma forma pessimista: dá trabalho, é pestinha, etc. No Brasil, está na gaveta desde 2003 um projecto de lei que visa proibir qualquer tipo de violência sobre a criança como método educativo.

E é irónico que ao mesmo tempo se reduza o estatuto de maioridade para 16 anos com o argumento de combater a violência. Daqui a nada, vão querer prender as nossas crianças aos 2 anos.

A crença popular é aliada ao sistema?

As crenças enraizadas legitimam o castigo corporal. As pessoas pensam assim: se você apanhava do seu pai e é alguém na vida, qual é o mal? “agora vai doer, mas um dia você vai valorizar essa dor”, percebe? Mas se olharmos para a criança como pessoa, não batemos. Se você entornar o sumo de laranja na mesa, vou bater em você? Claro que não. Mas fazer isso na criança é normal? Quantas vezes resolvemos conflitos sem bater? Porque não fazemos o mesmo com as crianças?

Como se resolvem, então, os conflitos?

Conversar é uma solução, mas não há uma receita igual para todas as crianças. As crianças podem sugerir-nos alternativas para lidarmos com elas nas situações tensas, mas isso não vale para todas as idades. Em qualquer caso, a violência é uma forma inadequada de educação. A prática do castigo corporal, do bater, foi abolida na escola, mas os pais ainda têm o direito de bater. E porquê? Porque se entende que os pais têm direito de vida e de morte sobre os filhos, persiste a ideia do “eu faço com os meus filhos o que eu quiser”. É um comportamento prejudicial ao desenvolvimento das crianças.

Revista Visão 21 de Fevereiro de 2oo8

Artigo gentilmente cedido pelo professor Tiago Abrantes

sábado, 1 de março de 2008

Sarau de Soldariedade


O Sarau de Solidariedade organizado pela Associação de Estudantes no passado dia 22 de Fevereiro reverteu 420 euros em prol de um projecto na àrea da música instituido pelos estagiàrios de Serviço Social do ISSSP no Lar de idosos de Monte dos Burgos.
Obrigado a todos aqueles que tornaram isto possível!
Pequenos gestos podem mudar o mundo de alguèm, hoje são eles que precisam, amanhã, quem sabe não é você...?
Cristiana Coelho

Solidariedade





Primeiro levaram os negros

Mas não me importei com isso

Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários

Mas não me importei com isso

Eu também não era operário

Depois prenderam os miserá¡veis

Mas não me importei com isso

Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados

Mas como tenho o meu emprego

Também não me importei

Agora estão a levar-me a mim

Mas já é tarde.

Como eu não me importei com ninguém

Ninguém se importa comigo.


Bertold Brecht
Cristiana Coelho

Ficamos gratos pela sua reconsideração no que toca à presidencia da ACML, pela dedicação e pelo espírito empreendedor. Parabéns a esta Direcção que vai recomeçar mais uma época de dinamismo e muito trabalho, numa Instituição que tudo tem para dar ainda mais muitos e bons frutos com o esforço daqueles que acreditam.

Cristiana Coelho