terça-feira, 29 de janeiro de 2008


As máscaras que usais
na praça social
são sarna corporal
na pela infectada;
que, quando lavada,
despe a insana,
preconceituosa trama.

As máscaras que usais
apertam o flanco,
o flanco do tronco espiritual
que despido e carnal
exibe de branco
um flamejo desigual.

Flamejados os flancos
despidos e brancos
exalam Luz Etérea
limpando na praça miséria;
e germina veracidade
que em magmática matéria
liberta eternidade.
Aldina (violino)
(foto tirada da net)

Poema

Na lentidão das águas
numa missão de doar
leva nos corais dos sonhos
o Amial pelos carris
unilateral e feliz

Tantos corpos, elementos
flutuam e se afundam
num baptismo prepétuo
sem religião, fecundo.
Que sorrisos transportam
as correntes libertas?
E que lágrimas olharam
brotadas das mágoas
a superfície das águas?

As presente entregaste
sonhos e paz desde a aurora
herança que ao futuro
os seus desejos implora

Fizeram uma ponte
como sinal de união
porque a Natureza une fluída
o que o Homem destrói pela mão

Nas muralhas de um sono
dorme na sua história
a memória rendida
de povos de outrora,
os que viram beijar
com perdão líquido e unguento
as faces da ira
no coração do tormento

Oh! rio que transportas
nos veios da tua ária
as leis do coração.
Tantos segredos guardados
da surdez voluntária
da vileza do vilão

Sem maestro, sem mestre, sem fio
ouçamos essa voz do rio


(Dedicado aos ex - alunos da EB1 de Cernadelo da autora)

Aldina (violino)

Concerto de Santa Cecília



Embora com algum atraso, este artigo vem comentar o concerto de Sta. Cecília, que se realizou no dia 22 de Novembro, no Auditório Municipal de Lousda, onde se manifestou uma grande adesão pela parte dos pais dos alunos do CVS.
Apesar da enorme variedade de classes de instrumento do Conservatório, só uma pequena minoria se disponibilizou a pisar o palco, representadas pela classe de clarinete, saxofone e de metais.
É contudo, importante referir que o oncerto foi, em geral, bastante positivo, pois todos demonstraram um grande nível artístico na execução das suas obras. Esperamos que se voltem a realizar concertos deste género, mas contando com uma maior participação dos professores, de modo a existir uma maior variedade de classes instrumentais representadas.
Para finalizar, não podia deixar de fazer refência ao Coro dirigido pelo Professor António Pacheco, constituído por alguns encarregados de educação dos alunos da escola, que mostraram que é possível fazer–se boa música, mesmo sem grandes conhecimentos musicais.

Vanessa Couto, trompa (7º grau)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A Coesão Grupal nas Organizações


Desde o nascimento, as pessoas aprendem a viver numa sociedade que convive em grupos, tanto na família e amigos quanto no trabalho. Conforme algumas teorias, as pessoas reúnem-se em grupos na procura de meios necessários à satisfação e realização pessoal, além de evitar o sentimento de solidão. Dessa forma, as pessoas buscam reduzir a insegurança de “estarem sozinhas” tentando combinar valores, atitudes, regras e comportamento para satisfazerem seus desejos e alcançarem o seu reconhecimento perante o grupo. Só que os grupos tornam-se mais complexos assim que se expandem da família e dos amigos e chegam até o trabalho. No ambiente familiar e de amigos, os laços de parentesco e afinidade são a regra geral de formação dos grupos. Quando partem para o recinto das empresas, os grupos se ampliam e se subdividem de acordo com as condições impostas.No ambiente de trabalho, os grupos podem ser de natureza formal e informal. Os grupos formais são definidos pela estrutura da organização, com atribuição de tarefas especificas a cada membro. Já os grupos informais são alianças pessoais que não são estruturadas pela organização, ou seja, formam-se por interesses comuns ou afinidade. Nesses dois aspectos, a coesão é um fator importante a ser considerado pelas empresas, pois influencia no relacionamento interpessoal e na produtividade dos colaboradores.Um elevado nível de coesão grupal pode propiciar um ambiente organizacional com mais sinergia e menos conflito. Mas, de acordo com alguns especialistas da área de gestão de pessoas, quanto mais coeso for um grupo mais semelhante será a produção dos seus participantes individualmente. Esses especialistas também afirmam que grupos muito coesos podem ser vítimas do “pensamento grupal”, ou seja, os membros preocupam-se em obter uma concordância geral, que as normas para o consenso passam por cima da avaliação realista das alternativas, e isso pode acarretar uma deterioração da eficiência mental do indivíduo, do seu senso de realidade e de julgamento moral como resultado da pressão do grupo. Em síntese, uma elevada coesão grupal permite a divisão de conhecimentos e habilidades entre os integrantes e proporciona um ambiente mais dinâmico e harmônico. No entanto, as empresas precisam analisar o nível de coesão existente entre os colaboradores, de forma que essa não influencie para uma queda de rendimento e de criatividade individual. Para isso, o desenvolvimento de técnicas para monitorar o tamanho de um grupo, encorajar as pessoas a assumirem posicionamentos distintos e estimular a discussão activa a respeito de uma decisão são algumas ações que, se tomadas pelos gestores adequadamente, minimizam o pensamento grupal e auxiliam no alinhamento dos interesses do grupo às estratégias da organização.
RODRIGO RORATTO*

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A sabedoria da Humildade

Segundo socrates, há dois tipos de pessoas: as que sabem que não sabem e as que julgam que sabem. As do primeiro grupo são sábias, graças à sua humildade, uma virtude que nos incita a tentar compreender o mundo e, consequentemente a aprender.
Sermos conscientes daquilo que sabemos e dar-nos conta do pouco que isso representa em relação a todo o saber possível: é nisto que consiste a humildade, uma das principais habilidades de inteligência emocional. A pessoa humilde parte da constatação de que nunca sabe o suficiente e isto incentiva-a a prestar atenção a tudo e a aprender comoo que está à nossa volta.
A humildade é uma qualidade da inteligência, pois implica curiosidade, receptividade e grandeza de visão. As pessoas humildes interagem com maior eficácia do que as pessoas que pensam que já sabem tudo, as quais se conduzem pela vida com arrogância, como se estivessem a controlar o mundo.
É certo que, na sociedade em que vivemos, há uma certa confusão interessada, que afecta qualidades como a humildade e a bondade. De facto, somos treinado para ocultar a nossa ignorância, para nos calarmos quando não sabemos o que dizer ou, inclusive , para aparentarmos conhecimento. No final, acabamos por acreditar que sabemos e não vamos mais além, deixamos de indagar e de nos interessar, limitando assim o nosso conhecimento e as nossas habilidades , por falta de desenvolvimento e de treino.

Cultive a humildade
- é daquelas pessoas que tende a interromper as conversas ou escuta-as até ao fim?
- quando se aproximam de si para falar, imagina vêm dizer ou interroga-se sobre o que quererão?
- se alguèm diz algo que contradiz uma ideia ou opinião sua, defende-a com fervor ou pede ao outro que amplie a sua argumentação?
- quando lhe falam, prepara mentalmente a resposta ou ouve e observa com máxima atenção?
- interroga-se sobre o como e o porquê das coisas ou é dos que se conformam em vê-las passar?

Agir com coerência
É muito fácil dizer que somos consciêntes da nossa ignorância ou do pouco que sabemos. Realmente difícil é agir em consequência. Porque a humildade implica uma atitude muito inquieta, desperta, atenta e vigilante face a si mesmo e aos outros: qualquer coisa é sempre percebida como fonte de aprendizagem.
O eixo principal desta sabedoria encontra-se numa grande capacidade para abrir interrogações , para se instalar numa dupla consoante e evitar a comodidade das faltas certezas. O indivíduo humilde percebe a insuficiência do seu saber , evita fecha-se nas suas próprias ideias e abre-se para que entrem novas explicações e conhecimentos, com os quais possa ampliar os seus critérios e as suas opiniões.
Humildade e auto-estima, embora possa parecer paradoxal, estão directamente relaccionadas, semos consciêntes da nossa insignificância, sentirmo-nos como um simples frão de areia, nao exclui que se possa atingir a grandeza de desenvolver o seu próprio potencial e se sentir parte de um todo. a Humanidade.
Cultive dentro de si e sem medo uma forma de ser aberta à dúvida e à interrogação e comprovará como ganha em sabedoria.

Atitudes que implicam humildade
-Curiosidade, interesse e empenho em descobrir mais e mais;
-Atenção na escuta e na observação;
-Coragem para perguntar o que não se entende;
-Ausência de preconceitos;
-Não ocultar nem fazer ostentação daquilo que se sabe;
-Tendência para a surpresa e o entusiasmo;
-Capacidade de se interrogar, questiona e questionar-se.

Revista mensal Saúde e Bem-Estar, Janeiro, número 165

Cristiana Coelho

domingo, 20 de janeiro de 2008

Ao ritmo da dança

Dançar é benéfico, tanto a nivel fisico como emocional. É uma excelente forma de acabar com o stress e desfazer as tensões do quotidiano. Além do mais, cria sensações de bem-estar e aumenta a auto-estima. A dança, enquanto terapia, vê a pessoa como um todo, influênciando o seu estado de espirito, pelo que encoraja o processo de cura. Muitos terapeutas aplicam-na, por isso para melhorar algumas patologias.Dancemos, então!
Ao estar em movimento, quer seja dançando, caminhando ou fazendo ginastica, o corpo expressa-se e comunica. Dançar é uma forma de comunicação, muitas vezes, esquecida; e, sendo uma actividade aerobica, tambem é uma boa maneira de equilibrar o organismo.
Os defensores da dança asseguram que, com esta actividade, o corpo liga-se com a mente, um dos segredos para promover a saúde interior. Dançar actua como linguagem corporal, criando um vínculo muito importante entre a mente e o corpo.

A Dança da Saúde
A dança é uma das terapias mais antigas qiue existe. Tribos ancestrais já acreditavam na existencia de um espirito curativo, que podia ser libertado do interior da pessoa, através da música e da dança. Ao anoitecer, os membros da tribo dançavam livremente à volta do fogo, ao ritmo monótono dos tambores, deixando que o seu corpo se move-se por si só, sem o controlar, ao ponto de se desligarem por completo e entrarem num estado de transe. Esta era uma maneira de curar as doenças do espírito, as quais, ao aflorarem ao exterior, se desprendiam.

Benefícios da Dança
A nivel psíquico:
-melhora a imagem corporal e, portanto, a auto-estima.
-diminui o stress, a ansiedade e os medos.
-exterioriza a raiva e elimina-a
-diminui as tensões mentais e corporais

A nivel físico:
-proporciona mobilidade muscular e articular
-aumenta a elasticidade de tendões e musculos
-melhora a força muscular e a capacidade de movimento
-queima calorias, diminui o colesterol e aumenta a capacidade cardio-respiratória
-é uma grande ferramenta contra os problemas osseos e de artroses
- aumenta a coordenação e a flexibilidade.

Revista mensal Saúde e Bem-Estar
Janeiro 2008
número 165

Cristiana Coelho

Concerto de Reis



No passado dia 05 de Janeiro realizou-se como já é habitual o concerto de Reis, mas este ano com um brilho especial. O auditório estava repleto, o que é uma mais-valia para o incentivo de todos aqueles que participaram neste concerto. Contamos com a presença de Rui Rodrigues, compositor de uma das obras interpretadas pela nossa Orquestra de Sopros, Bachus. A presença deste jovem compositor contribuiu para dar um toque especial a toda aquela noite de concerto, nada melhor que o próprio autor para nos explicar o contexto e o encadeamento em que a obra foi escrita.
Iniciativas destas são de louvar, e por isso aproveito para felicitar o responsavel por este acontecimento, tudo isto contribui para elevar o nome desta nossa,vossa casa.


Cristiana Coelho

sábado, 19 de janeiro de 2008





A A.E está a organizar uma Palestra e concerto sobre compositores Portugueses que se irá realizar dia 22 de Fevereiro de 2008 na Sala de Audições Clemente Bessa.

Contamos com a tua presença!





Aulas de Danças de Salão

Estão abertas as inscrições para as aulas de danças de salão que se irão realizar às quintas-feiras das 20h às 21.30h nos Bombeiros Voluntários de Lousada. As inscrições terão de ser efectuadas com par.
25€ por pessoa com desconto de 20% para a comunidade do Conservatório do Vale do Sousa.

Descontraia e disfrute de bons momentos de convívio e diversão.... bailando

Cristiana Coelho

Sarau de Solidariedade

A A.E está a organizar um sarau de solidariedade social que se irá realizar dia 22 de Fevereiro 2008 às 21:30h no Auditório Municipal de Lousada. Os fundos revertem a favor do Lar de Monte dos Burgos do Porto (2 colcheias por pessoa).
Juntem-se a nós por uma causa nobre!


Cristiana Coelho

O papel da música no desenvolvimento das competências sociais dos seus filhos

O desenvolvimento da inteligência consegue-se através de varias “ferramentas” que estão ao alcance de cada ser humano, se devidamente guiado e instruído, pelos que têm como responsabilidade a sua educação.
A cada pai e mãe cabe, assim, concentrar um investimento detalhado para que possa ver crescer os seus filhos harmoniosamente.
O crescimento harmonioso é, no entanto, muito mais importante do que o desenvolvimento de uma das partes daquilo que caracteriza o ser humano.
Infelizmente, a pressão social e de “parecer” leva muitos pais a “puxar”, literalmente, por certas competências dos seus filhos. Muitas vezes ouvimos dizer que “o meu filho aos 3 anos já lia” ou “ainda não tinha quatro anos já fazia contas de cabeça”. Esta necessidade de perecer mais inteligente e mostrar aos outros as “habilidades intelectuais” superiores dos nossos filhos tem produzido, infelizmente, muitas crianças disfuncionais, que, por razoes de incoerência e desequilíbrio, nunca atingiram a sua maturidade em todas as áreas e dimensões da vida humana. São assim produzidos seres infelizes que carregam consigam a vida fora o fruto da incorrecta ideia de educar, partilhada pelos seus progenitores ou educadores.
Existe uma área na qual este tipo de desequilíbrio é cada vez mais visível, na qual as disfunções se revelam atrozes, obrigando ao pagamento de um elevado tributo ao pagamento. Referimo-nos á dimensão social.
Não basta desenvolver ao máximo a inteligência dos nossos filhos para que sejam pessoas de sucesso. É necessário igualmente ensina-los a viver em sociedade, a manifestarem fidelidade nas suas relações sociais, a revelarem-se pessoas de confiança e de palavra, competências de empatia pelos sentimentos e estados de alma dos que os cercam, sem perder a própria individualidade. Estar atento aos outros, saber ouvir e responder a seu tempo, ter uma mente sociável, que gosta das pessoas mais do que das “coisas” leva-nos para a questão do desenvolvimento da inteligência emocional, que é impossível conseguir sem o envolvimento dos “outros”, pois é só em sociedade que as emoções se podem construir e manifestar.
Nesta perspectiva, a música desempenha um papel relevante. Não só com ela é possível desenvolver a inteligência dos seus filhos, mas também criar competências sociais importantes que farão a diferença entre o ser ou não ser equilibrado e funcional.
Como é que a música promove o desenvolvimento das competências sociais?
A musica, podemos dizer de modo simplista, é composta por 3 dimensões: ritmo, a harmonia e a melodia.
Consideremos o ritmo: o ritmo permite dar alma á música. Uma vez definido o compasso, o valor das notas, é possível padronizar e juntar vários instrumentistas. Para que isso aconteça, é fundamental aceitar uma disciplina milimétrica, sem a qual não poderia haver entendimento musical. Ir mais “depressa” num compasso, implica um desajuste com os outros instrumentistas, inviabilizando o prazer de uma música agradável. Ora, para viver em sociedade é necessário desenvolver a disciplina. Disciplina para se chegar4 a horas para o emprego, disciplina para não passar não passar á frente numa pessoa numa fila de espera, disciplina para não comprometer a integridade física, intelectual ou social numa terceira pessoa. Viver a vida sem disciplina torná-la-ia simplesmente impossível. A disciplina pode ser conseguida de 2 maneiras (fundamentalmente): por imposição externa, de outros, (como os pais, professores, policia, exercito, etc.) ou de modo interno (por decisão própria, nascida nas motivações profundas do ser humano que tem de tomar decisões e viver com os outros).
É hoje um campo comum que os alunos são indisciplinados nas escolas. Não respeitam os outros, não desenvolvendo hábitos de disciplina na leitura, na realização dos trabalhos de casa, são indisciplinados com os professores, educadores e colegas.
Esta grave condição do nosso sistema educativo esta a produzir um pesado fardo que nos tira muitas energias que deveriam ser aplicadas na formação de seres serão vencedores no mundo competitivo actual. Uma dessas consequências manifesta-se através de elevado absentismo por baixa de doença por parte dos professores, fruto do ambiente de indisciplina vivido nas escolas, manifestado pelo crescente número de agressões contra os professores, tornando a arte de ensinar um pesadelo diário para milhares de pessoas.
Haverá alguma solução para esta condição?
Certamente que aqui conseguiríamos ter muitas soluções (quase tantas quantas as cabeças que pensariam na questão!). Mas muitas dessas soluções assentam na manutenção da disciplina de forma externa (aumentar o policiamento das escolas ou colocar vídeo-vigilância nas ruas, são exemplos frequentemente apresentados).
No entanto a disciplina deve ser algo de dentro para fora; isto é, que esta no individuo e o ajudará a viver em sociedade, pois haverá sempre situações em que a policia não esta presente ou a ver, em que a câmara de vídeo não funcione, e, por isso, se contarmos com meios externos para conseguir obter a disciplina, acrescentaremos fracassos após fracassos.
É neste contexto que a música a assume um papel de importância inestimável pelo contributo que pode trazer para o desenvolvimento das competências sociais dos nossos filhos.
Quando uma criança aprende a sentir o pulsar da música, distinguindo os compassos binários, ternários, quaternários e compostos, ela aceita naturalmente a disciplina para conseguir o efeito procurado. Deste modo, ela aprende a estar atenta aos detalhes que fazem a música, e, ao mesmo tempo, a dominar os seus ímpetos numa direcção contrária à que é definida pelas informações rítmicas da pauta musical.
Mas as vantagens deste processo vão mais além do que o simples aprender a bater o compasso: a necessidade de prestar atenção! O desenvolvimento da concentração. Ao ter de se concentrar dos outros que tocam com o mesmos ritmo, ou referenciados por um aparelho de precisão (como é um metrónomo), a criança aprende a aceitar outra “lei na vida” que não a dela. De uma atitude auto-concentrada, estranhando outras fontes de autoridade e domínio sobre si, é aprendida a lição da humildade e inter-dependência humana. Outro aspecto importante a salientar aqui é, depois de interiorizada essa disciplina do compasso e da unidade de tempo, a criança já não precisara do metrónomo para se disciplinar, por isso é agora algo que lhe pertence, e ela consegue, sem errar muito, manter o ritmo correcto da sua pauta musical, sem estar dependente de ajuda externa, como um metrónomo.
O desenvolvimento deste processo tem reflexos sobre as outras áreas da vida da criança. Ela aprende que existem outros ritmos – ou os dos outros – para além do seu, aprende a estar atenta aos diferentes ritmos, respeitar esses ritmos, a não impor a sua vontade de modo totalitário manipulando os que a rodeiam. Aprende a partilhar e a trabalhar em equipa, em sociedade. Sem esta componente, ela não seria um ser adulto de sucesso, e, para isso, se for bem usada, a música pode contribuir decisivamente.


Luís Nunes
Sociólogo da Medicina e da Saúde, Mestre em Saúde Publica

In “Revista Saúde & Lar” 65º ano n.º 720 pp 14-15
revista mensal

(artigo cedido gentilmente pelo Professor de clarinete Tiago Abrantes)
Olá a toda a comunidade do Conservatório do Vale do Sousa.
Este é o novo blog da Associação de Estudantes onde poderão ter acesso a várias informações sobre o nosso conservatório, para além de poderem enviar artigos, comunicados e até expressar as vossas opiniões.
Contámos com a vossa colaboração.
Cristiana Coelho