segunda-feira, 24 de março de 2008
Origem da flauta
domingo, 23 de março de 2008
Subjectividade
onde outros, com outros olhos, não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandescente.
Inútil seguir vizinhos,
que ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.
António Gedeão
Se fosse vivo, António Gedeão, pseudónimo do poeta Rómulo de Carvalho, completaria este ano 102 anos de vida.
Ana Luísa Fernandes
sábado, 22 de março de 2008
dAnÇaS dE sAlÃo
Queria aproveitar para agradecer aos professores pela disponibilidade, animação e paciência que teêm comnosco nas aulas.
Não queria terminar sem demonstrar a minha tristeza por não sermos reconhecidos, enquanto parte integrante do Conservatório, pois para além de outros motivos, não nos incluiram no album de fotos do concerto de Páscoa publicado no site da ACML.
Cristiana Coelho
A cultura da Violência nao escolhe classes
Sílvia Carla Conceição
Psicologa escolar, especialista do Centro de Educação Integrada da instituição social a Cidade dos Meninos, em São Paulo, no Brasil, Sílvia Carla Conceição participou no primeiro grande Congresso Internacional sobre Estudos da Criança, realizado recentemente na Universidade do Minho. Com vasta experiencia no estudo da violência na infância, foi uma das caras da campanha “Palmada já era!”, promovida no Brasil para sensibilizar cidadãos e politicos para os direitos dos mais pequenos.
Em Portugal, ainda existe a ideia de que uma boa palmada educa. É correcto pensar assim?
Não. Isso pressupõe a ideia de uma relação de poder, a criança não é vista como sujeito ou pessoa, mas sim como objecto. Dentro das nossas crenças, a palmada ainda é recurso para educar, ou seja, algo de lícito. Só que, de palmadinhas em palmadinhas, vai aumentando a força e a intensidade. Qualquer prática que atinja o corpo do outro e provoque dor física é violência.
A palmada não é justificável em nenhum caso?
Não. Se a mãe usar a punição corporal pelo facto de a criança ter feito alguma coisa errada, terá de utilizar sempre o mesmo recurso. Se, depois de bater varias vezes, ela tentar conversar, a criança já não ouvirá. Ela vai esperar a palmada, por isso é entendido como resolução do problema. A palmada é uma extinção de comportamento. Quando a gente bate, a criança pára, de facto. Mas isso não tem qualquer significado educativo.
A criança que apanha é violenta para com outras crianças?
A partir do momento que a criança percebe que um conflito se resolve através da violência física, ela vai reproduzir isso com outras crianças. Se ela aprendeu na relação parental que bater resolve, usara o mesmo procedimento. Nunca tentará conversar.
A violência é mais comum em determinadas classes sociais?
Rico bate, pobre bate. A cultura da violência é um fenómeno democrático, não escolhe classes. O que os estudos mostram é que a criança mais nova, mais frágil, apanha mais. Você dá um chuto num cão, não dá num leão. Se bater num adolescente, pode levar.
Porque é que só um pequeno grupo de países proíbe todo o tipo de castigos corporais nas crianças?
A infância já não é uma grande preocupação dos governos. AO longo da história da Humanidade a criança foi olhada sempre de uma forma pessimista: dá trabalho, é pestinha, etc. No Brasil, está na gaveta desde 2003 um projecto de lei que visa proibir qualquer tipo de violência sobre a criança como método educativo.
E é irónico que ao mesmo tempo se reduza o estatuto de maioridade para 16 anos com o argumento de combater a violência. Daqui a nada, vão querer prender as nossas crianças aos 2 anos.
A crença popular é aliada ao sistema?
As crenças enraizadas legitimam o castigo corporal. As pessoas pensam assim: se você apanhava do seu pai e é alguém na vida, qual é o mal? “agora vai doer, mas um dia você vai valorizar essa dor”, percebe? Mas se olharmos para a criança como pessoa, não batemos. Se você entornar o sumo de laranja na mesa, vou bater em você? Claro que não. Mas fazer isso na criança é normal? Quantas vezes resolvemos conflitos sem bater? Porque não fazemos o mesmo com as crianças?
Como se resolvem, então, os conflitos?
Conversar é uma solução, mas não há uma receita igual para todas as crianças. As crianças podem sugerir-nos alternativas para lidarmos com elas nas situações tensas, mas isso não vale para todas as idades. Em qualquer caso, a violência é uma forma inadequada de educação. A prática do castigo corporal, do bater, foi abolida na escola, mas os pais ainda têm o direito de bater. E porquê? Porque se entende que os pais têm direito de vida e de morte sobre os filhos, persiste a ideia do “eu faço com os meus filhos o que eu quiser”. É um comportamento prejudicial ao desenvolvimento das crianças.
Revista Visão 21 de Fevereiro de 2oo8
Artigo gentilmente cedido pelo professor Tiago Abrantes
sábado, 1 de março de 2008
Sarau de Soldariedade
Solidariedade
Ficamos gratos pela sua reconsideração no que toca à presidencia da ACML, pela dedicação e pelo espírito empreendedor. Parabéns a esta Direcção que vai recomeçar mais uma época de dinamismo e muito trabalho, numa Instituição que tudo tem para dar ainda mais muitos e bons frutos com o esforço daqueles que acreditam.
Cristiana Coelho