quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Joly Braga Santos


Joly Braga Santos, nasceu em Lisboa, a 14 de Maio de 1924. Aos 6 anos iniciou os estudos de violino e aos 10 anos de composição. Nesta última disciplina foi discípulo de Luís de Freitas Branco, com quem estudou todas as matérias teóricas, e em cuja doutrinação estética se integrou, tendo convivido constantemente com o seu mestre até à morte deste, ocorrida em Novembro de 1955.
Após a Segunda Guerra Mundial foi concedida a Joly Braga Santos a primeira das três bolsas de estudo de que beneficiou para aperfeiçoamento no estrangeiro, tendo nessa altura estudado pela primeira vez direcção de orquestra em Veneza, durante a Bienale, com Herman Scherchen.
Mais tarde, voltou a percorrer a Itália, a Suiça e a Alemanha, tendo concluído estudos de direcção de orquestra novamente com Scherchen, e com Antonino Votto, em Gravesano, Siena e Milão, de composição com Virgílio Mortari, em Roma, e de Ciências Musicais, também em Roma, com Gioachino Pasqualini.
Joly Braga Santos é um dos mais talentosos compositores que surgiram em meados da década de 40 e o maior da sua geração. A vocação para a música levou-o a frequentar o Conservatório de Lisboa, onde teve como professor Luís de Freitas Branco. Mais tarde, já como aluno particular, continua a receber lições do mesmo mestre.
Aliás, as suas primeiras produções revelam o forte ascendente de Luís de Freitas Branco, nomeadamente no culto de ideais neo-clássicos, do modalismo e ainda na procura de construir obras que " não desdenhando as conquistas do século XX, falassem ao homem comum com simplicidade e clareza" (palavras do próprio Braga Santos).
Mas compositores como William Walton e Vaughan Williams (que ao tempo começavam a ser conhecidos entre nós, sobretudo através de gravações) exerceram também influência no futuro autor da 4ª Sinfonia. Porém, o seu talento criador e a sua personalidade não deixaram de se afirmar. Braga Santos cedo mostrou forte pendor para uma linguagem acessível, de efeito seguro junto de grandes auditórios, embora - acrescente-se - sem atraiçoar uma linha de seriedade.
As sua linguagem musical é assente numa arquitectura musical forte, o drama, com frases melódicas longas e uma inspiração espontânea para o progresso estrutural. Alcança uma congruência formal cuidada.
Nos seus trabalhos iniciais, o compositor apresentou uma inclinação modal causada pela ânsia de constituir uma relação entre a música contemporânea e a idade dourada da música Portuguesa: o renascimento. Salienta-se também um esboço melódico das canções populares as mais velhas do país. Embora não estivesse principalmente empenhado no folclore Português, estudando e compondo no sossego do país, o Alentejo - aceitou a influência do folclore local muito velho.
De facto, a espontaneidade da sua música tinha de conquistar o público, mas o perfeito domínio do metier que possuiu desde muito jovem, uma excelente orientação básica colhida nas lições e na convivência com Luís de Freitas Branco, não lhe permitiam, evidentemente, cair na banalidade, correr ao encontro do agrado fácil.
Com a maturidade e também devido a largas permanências no estrangeiro, onde contactou com técnicas mais evoluídas, o estilo de Joly Braga Santos foi-se renovando. O vocabulário harmónico tornou-se mais rico, com maior emprego da dissonância e do cromatismo e o cromatismo e o elemento tímbrico passou a assumir uma dimensão não apenas colorística mas também estrutural. Contudo, o compositor não abandonou completamente algumas características que o distinguiram logo: tendência para as grandes formas, para a monumentalidade e uma verdadeira frescura inventiva.
A despeito de incursões valiosas no teatro lírico, de algumas obras de câmara, peças para canto e piano e outras para coro "a-cappella", a produção de Joly Braga Santos é, essencialmente orquestral.


Marcos históricos

♪ Os três Esboços Symphonic (1962) foram distinguidos por Donemus em 1963, e pelo 5o Symphony, “pelo DES Compositeurs Tribune Internationale” (UNESCO) em 1966.

♪ Em 2004, a gravação do Symphony No. 4 pelo polo de Naxos/Marco, executada pelo Orchestra nacional do Symphony de Ireland e conduzida por Álvaro Cassuto recebeu a concessão Classical de Cannes para a categoria do Premier do CD.

Honras
♪ Em 1977, Joly Braga Santos foi distinguido com a ordem de Santiago de Espada pelo Presidente da República de Portugal.



Alguns trabalhos principais

• 1942 - Violino do Nocturne (em E) e premier do piano 4 ': Lisboa, Soloists

• 1943 - quatro canções em poemas pela voz do Soprano de Fernando Pessoa e pela premier do piano: Lisboa 1946. Premier internacional: Dublin 2004.

• 1943 - Cello do Aria I e premier do piano 4 ': O Porto, Soloists

• 1945 - três Sonnets por Camões - “contagens originais de Carmélia a Âmbar

• 1947 - Symphony No. 1 (em D) - “aos heróis e aos Martyrs da segunda guerra de mundo”.

• 1960 - Divertimento I “a Virgilio Mortari” 2.2.2.2 2.2 Tp. Perc. 2, cordas, 24 ' premiers: Nápoles 1961, della R.A.I. de Scarlatti do Orchestra, conduziu pelas gravações do autor: Strauss 870017/PS, polo 1989 de Marco 8.225271, 2004.


• 1984 - Aria um Trio para primeiro Clarinete, viola e piano: Lisboa 1984, Goethe Institut.

Cristiana Coelho

domingo, 24 de fevereiro de 2008



Que os ratos eram animais estranhos, já todos nós sabiamos...
Agora, que gostavam de percussão...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Quem é quem...?

Alguém se atreve a desvendar quem se encontra por detrás desta distorção ....


Cristiana Coelho

Hoje iniciam-se as aulas de Danças de Salão!!!



Devido ao sucesso do workshop organizado pela Associação de Estudantes no ano anterior, hoje, irá realizar-se a primeira de várias aulas semanais de Danças de Salão do nosso Conservatório. As inscrições continuam abertas para quem ainda estiver interessado, mas convém relembrar que o número de pares é limitado.
A Dança e a Alma
A DANÇA? Não é movimento,súbito gesto musical.É concentração, num momento,da humana graça natural.No solo não, no éter pairamos,nele amaríamos ficar.A dança – não vento nos ramos:seiva, força, perene estar.Um estar entre céu e chão,novo domínio conquistado,onde busque nossa paixãolibertar-se por todo lado...Onde a alma possa descreversuas mais divinas parábolassem fugir à forma do ser,por sobre o mistério das fábulas.
Carlos Drummond de Andrade
Cristiana Coelho