segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Nova Associação de Estudantes

Estão abertas as inscrições para a nova Associação de Estudantes 2008/2009 do Conservatório.
Os interessados deverão formar uma lista e entregar os respectivos nomes na secretaria até dia 4 de Outubro 2008.

Inscrevam-se e façam valer a vossa aptidão para o dinamismo!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Professores no Campeonato do Mundo de Medalhistas 08 - Montreal - Canada


Os Professores Hugo Romano e Carla Pinto, par 467, receberam o orgulhoso convite da APPDSI (Associação Portuguesa de Professores de Dança de Salão Internacional) para representam Portugal no próximo mês de Setembro, em Montreal no Canadá no prestigiadíssimo CAMPEONATO do MUNDO de MEDALHISTAS.
Este convite vem premiar o excelente trabalho e os fabulosos resultados obtidos durante toda a carreira com dançarinos, mas especialmente os conquistados no ano de 2007.

PARABÉNS!!!!


Cristiana Coelho

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Férias

Boas férias para todos!

segunda-feira, 30 de junho de 2008



Olá malta!
A A.E está a organizar um jogo de paintball para o convivio das orquestras do conservatório dia 19 de Julho.
Os interessados em participar deverão enviar o seu nome e contacto para o email da a.e, ou então contactar algum dos membros da A.E. Participem!!!


15€ por pessoa (150 bolas)
ae.cvs13@gmail.com

Publicado por: Cristiana Coelho

terça-feira, 10 de junho de 2008

A música e o desenvolvimento cognitivo da criança



Inúmeras pesquisas, desenvolvidas em diferentes países e em diferentes épocas, particularmente nas décadas finais do século XX, confirmam que a influência da música no desenvolvimento da criança é incontestável. Algumas delas demonstraram que o bebê, ainda no útero materno, desenvolve reações a estímulos sonoros.

Schlaug, da Escola de Medicina de Harvard (EUA), e Gaser, da Universidade de Jena (Alemanha), revelaram que, ao comparar cérebros de músicos e não músicos, os do primeiro grupo apresentavam maior quantidade de massa cinzenta, particularmente nas regiões responsáveis pela audição, visão e controle motor (apud SHARON, 2000). Segundo esses autores, tocar um instrumento exige muito da audição e da motricidade fina das pessoas. O que estes autores perceberam, e vem ao encontro de muitos outros estudos e experimentos, é que a prática musical faz com que o cérebro funcione “em rede”: o indivíduo, ao ler determinado sinal na partitura, necessita passar essa informação (visual) ao cérebro; este, por sua vez, transmitirá à mão o movimento necessário (tato); ao final disso, o ouvido acusará se o movimento feito foi o correto (audição). Além disso, os instrumentistas apresentam muito mais coordenação na mão não dominante do que pessoas comuns. Segundo Gaser, o efeito do treinamento musical no cérebro é semelhante ao da prática de um esporte nos músculos. Será por isso que Platão já afirmava, há tantos séculos, que a música é a ginástica da alma?

Outros estudos apontam também que, mesmo se o contato com a música for feito por apreciação, isto é, não tocando um instrumento, mas simplesmente ouvindo com atenção e propriedade (percebendo as nuances, entendendo a forma da composição), os estímulos cerebrais também são bastante intensos.

Ao mesmo tempo que a música possibilita essa diversidade de estímulos, ela, por seu caráter relaxante, pode estimular a absorção de informações, isto é, a aprendizagem. Losavov, cientista búlgaro, desenvolveu uma pesquisa na qual observou grupos de crianças em situação de aprendizagem, e a um deles foi oferecida música clássica, em andamento lento, enquanto estavam tendo aulas. O resultado foi uma grande diferença, favorável ao grupo que ouviu música. A explicação do pesquisador é que ouvindo música clássica, lenta, a pessoa passa do nível alfa (alerta) para o nível beta (relaxados, mas atentos); baixando a ciclagem cerebral, aumentam as atividades dos neurônios e as sinapses tornam-se mais rápidas, facilitando a concentração e a aprendizagem (apud OSTRANDER e SCHOEDER, 1978).

Outra linha de estudos aponta a proximidade entre a música e o raciocínio lógico-matemático. Segundo Schaw, Irvine e Rauscher (apud CAVALCANTE, 2004) pesquisadores da Universidade de Wisconsin, alunos que receberam aulas de música apresentavam resultados de 15 a 41% superiores em testes de proporções e frações do que os de outras crianças. Em outra investigação, Schaw verificou que alunos de 2a. série que faziam aulas de piano duas vezes por semana, apresentaram desempenho superior em matemática aos alunos de 4 ª série que não estudavam música.

Enfim, o que se pode concluir a esse respeito é que efetivamente a prática de música, seja pelo aprendizado de um instrumento, seja pela apreciação ativa, potencializa a aprendizagem cognitiva, particularmente no campo do raciocínio lógico, da memória, do espaço e do raciocínio abstrato.

Publicado por: Cristiana Coelho

domingo, 18 de maio de 2008



Liberdade

Sérgio Godinho

Composição: Sérgio Godinho

Viemos com o peso do passado e da semente
Esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente e a sede de uma espera só se estanca na torrente
Vivemos tantos anos a falar pela calada
Só se pode querer tudo quando não se teve nada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada

Só há liberdade a sério quando houver

A paz, o pão
habitação saúde, educação
Só há liberdade a sério quando houver
Liberdade de mudar e decidir quando pertencer ao povo o que o povo produzir quando pertencer ao povo o que o povo produzir

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A certeza da influência que a música exerce no comportamento e ideais dos homens não é recente. Aristóteles tinha plena convicção de que a música suscitava fortes emoções e que permitia a liberação das tensões. Na Grécia Antiga, o seu povo tocava cítara para acompanhar as refeições a fim de ajudar no processo digestivo. Confúcio foi um dos grandes defensores da música criteriosa. Ele tinha plena certeza de que a música exercia uma influência marcante na vida de um povo

A música é a forma que o homem tem para expressar seus pensamentos, sentimentos e emoções.

domingo, 20 de abril de 2008

Toques do caramulo

Sem duvida um concerto memorável, repleto de boa disposição e muito dinâmico. Como o grupo propio diz: " Concerto que funde a sonoridade rude da tradição com as cores das novas músicas, num espectáculo de energia musical e interacção com o público. Recriações dinâmicas, livres e muito festivas do repertório esquecido da Serra do Caramulo."
Quem faltou, bem pode ficar com uma pontinha de inveja, pois perdeu uma boa oportunidade de se divertir e passar uma excelente noite.

Cristiana Coelho

quinta-feira, 17 de abril de 2008



O ensino da música em Portugal

Passado, Presente e Perspectivas futuras

Palestra a realizar no dia 26 de Abril 2008

Sala Clemente Bessa

15.00

Orador: António Pacheco

Organização: Associação de Estudantes

sábado, 5 de abril de 2008

Orquestra de Sopros

Quero agradecer a todos os elementos da Orquestra de Sopros do CVS a contribuição que deram para que o Concerto de Páscoa tivesse momentos mt bons.
A obra "Cry of the Falcon" está mt bem escrita mas a Orquestra tb a conseguiu tocar daquela maneira especial.
Fiz questão de registar aqui este meu agradecimento para que, tão depressa, vocês não se esquecessem daquele momento (Concerto de Páscoa 2008). A Orquestra, mt lentamente, já começa a fazer Música e isso deve-se sobretudo a três factores: à evolução musical de cada um de vocês, à concentração nos Concertos e, o mais importante, ao trabalho desenvolvido nos ensaios que, como sabem, para ele ser feito é preciso que vocês lá estejam. O Escritor Hermann Hesse dizia que "O Meio é mais importante que o Fim." Não devemos esperar Concertos bons se os Ensaios forem fraquinhos.
A Orquestra, como se viu no Concerto de Páscoa, tem potencial. Só precisamos de o usar de forma inteligente!

Parabéns a Todos!

Viva a Orquestra de Sopros do CVS!

Tiago Abrantes

terça-feira, 1 de abril de 2008

berdadeiroscvs.gigafoto.com.br/




Este é um fotoblog criado pela A.E que retrata situações cómicas. Porque a vida não é só seriedade, esperamos que se divirtam e nos enviem fotos divertidas.




(No entanto, se alguem se sentir lesado por ter uma foto sua publicada basta contactar-nos que a foto será retirada imediatamente)

Cristiana Coelh
o

segunda-feira, 24 de março de 2008

Origem da flauta


A flauta é um aerófone (instrumento de sopro) presente em todas as culturas primitivas. É conhecida como o primeiro instrumento da humanidade, depois, é claro da voz e da percussão. Nas pinturas presentes nas cavernas vemos representações de flautas e de apitos o que comprova a existência deste instrumento desde 60.000 anos antes de Cristo.


Lenda Grega acerca da origem da flauta


Havia uma náiade (pequena deusa das fontes e dos rios) chamada Sírnix. Um dia, andando Sírnix a passear pelos montes Àrcades, foi perseguida pelo deus dos bosques, Pan, que por ela se tinha apaixonado. Sírnix fugiu até que o rio Ladón lhe cortou o caminho. Aflita, pediu a protecção de outros deuses que, comovidos, a transformaram numa cana. Pan, muito desconsolado, verificou que o vento silibava ao passar pela cana e pensou serem os lamentos da ninfa. Decidiu cortar a cana e uniu vários pedaços com cera de abelha. Transformou Sírnix num maravilhoso instrumento, que podia tocar quando a paixão e o desejo o possuíam.

Assim nasceu a flauta, segundo a imaginação maravilhosamente poética dos gregos.



Ana Luísa Fernandes

domingo, 23 de março de 2008

Subjectividade


Os meus olhos são uns olhos.

E é com esses olhos uns

que eu vejo no mundo escolhos

onde outros, com outros olhos, não vêem escolhos nenhuns.



Quem diz escolhos diz flores.


De tudo o mesmo se diz.


Onde uns vêem luto e dores,


uns outros descobrem cores do mais formoso matiz.



Nas ruas ou nas estradas


onde passa tanta gente,


uns vêem pedras pisadas,


mas outros gnomos e fadas


num halo resplandescente.




Inútil seguir vizinhos,


que ser depois ou ser antes.


Cada um é seus caminhos.


Onde Sancho vê moinhos


D. Quixote vê gigantes.



Vê moinhos? São moinhos.


Vê gigantes? São gigantes.





António Gedeão



Se fosse vivo, António Gedeão, pseudónimo do poeta Rómulo de Carvalho, completaria este ano 102 anos de vida.





Ana Luísa Fernandes

sábado, 22 de março de 2008

dAnÇaS dE sAlÃo

A turma de danças de Salão fez a sua primeira atuação no Concerto de Páscoa do CVS do passado dia 16 de Março. Com apenas 6 aulas e com algum nervosismo, mas, mesmo assim foi possivel demonstrar alguns dos paços aprendidos e o entusiasmo desta turma pelas aulas. É claro que ainda "pés de chumbo" mas com muita vontade de evoluir.
Queria aproveitar para agradecer aos professores pela disponibilidade, animação e paciência que teêm comnosco nas aulas.
Não queria terminar sem demonstrar a minha tristeza por não sermos reconhecidos, enquanto parte integrante do Conservatório, pois para além de outros motivos, não nos incluiram no album de fotos do concerto de Páscoa publicado no site da ACML.


Cristiana Coelho

A Associação de Estudantes deseja a toda a comunidade escolar uma Páscoa Feliz !!!

A cultura da Violência nao escolhe classes

Sílvia Carla Conceição

Psicologa escolar, especialista do Centro de Educação Integrada da instituição social a Cidade dos Meninos, em São Paulo, no Brasil, Sílvia Carla Conceição participou no primeiro grande Congresso Internacional sobre Estudos da Criança, realizado recentemente na Universidade do Minho. Com vasta experiencia no estudo da violência na infância, foi uma das caras da campanha Palmada já era!, promovida no Brasil para sensibilizar cidadãos e politicos para os direitos dos mais pequenos.

Em Portugal, ainda existe a ideia de que uma boa palmada educa. É correcto pensar assim?

Não. Isso pressupõe a ideia de uma relação de poder, a criança não é vista como sujeito ou pessoa, mas sim como objecto. Dentro das nossas crenças, a palmada ainda é recurso para educar, ou seja, algo de lícito. Só que, de palmadinhas em palmadinhas, vai aumentando a força e a intensidade. Qualquer prática que atinja o corpo do outro e provoque dor física é violência.

A palmada não é justificável em nenhum caso?

Não. Se a mãe usar a punição corporal pelo facto de a criança ter feito alguma coisa errada, terá de utilizar sempre o mesmo recurso. Se, depois de bater varias vezes, ela tentar conversar, a criança já não ouvirá. Ela vai esperar a palmada, por isso é entendido como resolução do problema. A palmada é uma extinção de comportamento. Quando a gente bate, a criança pára, de facto. Mas isso não tem qualquer significado educativo.

A criança que apanha é violenta para com outras crianças?

A partir do momento que a criança percebe que um conflito se resolve através da violência física, ela vai reproduzir isso com outras crianças. Se ela aprendeu na relação parental que bater resolve, usara o mesmo procedimento. Nunca tentará conversar.

A violência é mais comum em determinadas classes sociais?

Rico bate, pobre bate. A cultura da violência é um fenómeno democrático, não escolhe classes. O que os estudos mostram é que a criança mais nova, mais frágil, apanha mais. Você dá um chuto num cão, não dá num leão. Se bater num adolescente, pode levar.

Porque é que só um pequeno grupo de países proíbe todo o tipo de castigos corporais nas crianças?

A infância já não é uma grande preocupação dos governos. AO longo da história da Humanidade a criança foi olhada sempre de uma forma pessimista: dá trabalho, é pestinha, etc. No Brasil, está na gaveta desde 2003 um projecto de lei que visa proibir qualquer tipo de violência sobre a criança como método educativo.

E é irónico que ao mesmo tempo se reduza o estatuto de maioridade para 16 anos com o argumento de combater a violência. Daqui a nada, vão querer prender as nossas crianças aos 2 anos.

A crença popular é aliada ao sistema?

As crenças enraizadas legitimam o castigo corporal. As pessoas pensam assim: se você apanhava do seu pai e é alguém na vida, qual é o mal? “agora vai doer, mas um dia você vai valorizar essa dor”, percebe? Mas se olharmos para a criança como pessoa, não batemos. Se você entornar o sumo de laranja na mesa, vou bater em você? Claro que não. Mas fazer isso na criança é normal? Quantas vezes resolvemos conflitos sem bater? Porque não fazemos o mesmo com as crianças?

Como se resolvem, então, os conflitos?

Conversar é uma solução, mas não há uma receita igual para todas as crianças. As crianças podem sugerir-nos alternativas para lidarmos com elas nas situações tensas, mas isso não vale para todas as idades. Em qualquer caso, a violência é uma forma inadequada de educação. A prática do castigo corporal, do bater, foi abolida na escola, mas os pais ainda têm o direito de bater. E porquê? Porque se entende que os pais têm direito de vida e de morte sobre os filhos, persiste a ideia do “eu faço com os meus filhos o que eu quiser”. É um comportamento prejudicial ao desenvolvimento das crianças.

Revista Visão 21 de Fevereiro de 2oo8

Artigo gentilmente cedido pelo professor Tiago Abrantes

sábado, 1 de março de 2008

Sarau de Soldariedade


O Sarau de Solidariedade organizado pela Associação de Estudantes no passado dia 22 de Fevereiro reverteu 420 euros em prol de um projecto na àrea da música instituido pelos estagiàrios de Serviço Social do ISSSP no Lar de idosos de Monte dos Burgos.
Obrigado a todos aqueles que tornaram isto possível!
Pequenos gestos podem mudar o mundo de alguèm, hoje são eles que precisam, amanhã, quem sabe não é você...?
Cristiana Coelho

Solidariedade





Primeiro levaram os negros

Mas não me importei com isso

Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários

Mas não me importei com isso

Eu também não era operário

Depois prenderam os miserá¡veis

Mas não me importei com isso

Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados

Mas como tenho o meu emprego

Também não me importei

Agora estão a levar-me a mim

Mas já é tarde.

Como eu não me importei com ninguém

Ninguém se importa comigo.


Bertold Brecht
Cristiana Coelho

Ficamos gratos pela sua reconsideração no que toca à presidencia da ACML, pela dedicação e pelo espírito empreendedor. Parabéns a esta Direcção que vai recomeçar mais uma época de dinamismo e muito trabalho, numa Instituição que tudo tem para dar ainda mais muitos e bons frutos com o esforço daqueles que acreditam.

Cristiana Coelho

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Joly Braga Santos


Joly Braga Santos, nasceu em Lisboa, a 14 de Maio de 1924. Aos 6 anos iniciou os estudos de violino e aos 10 anos de composição. Nesta última disciplina foi discípulo de Luís de Freitas Branco, com quem estudou todas as matérias teóricas, e em cuja doutrinação estética se integrou, tendo convivido constantemente com o seu mestre até à morte deste, ocorrida em Novembro de 1955.
Após a Segunda Guerra Mundial foi concedida a Joly Braga Santos a primeira das três bolsas de estudo de que beneficiou para aperfeiçoamento no estrangeiro, tendo nessa altura estudado pela primeira vez direcção de orquestra em Veneza, durante a Bienale, com Herman Scherchen.
Mais tarde, voltou a percorrer a Itália, a Suiça e a Alemanha, tendo concluído estudos de direcção de orquestra novamente com Scherchen, e com Antonino Votto, em Gravesano, Siena e Milão, de composição com Virgílio Mortari, em Roma, e de Ciências Musicais, também em Roma, com Gioachino Pasqualini.
Joly Braga Santos é um dos mais talentosos compositores que surgiram em meados da década de 40 e o maior da sua geração. A vocação para a música levou-o a frequentar o Conservatório de Lisboa, onde teve como professor Luís de Freitas Branco. Mais tarde, já como aluno particular, continua a receber lições do mesmo mestre.
Aliás, as suas primeiras produções revelam o forte ascendente de Luís de Freitas Branco, nomeadamente no culto de ideais neo-clássicos, do modalismo e ainda na procura de construir obras que " não desdenhando as conquistas do século XX, falassem ao homem comum com simplicidade e clareza" (palavras do próprio Braga Santos).
Mas compositores como William Walton e Vaughan Williams (que ao tempo começavam a ser conhecidos entre nós, sobretudo através de gravações) exerceram também influência no futuro autor da 4ª Sinfonia. Porém, o seu talento criador e a sua personalidade não deixaram de se afirmar. Braga Santos cedo mostrou forte pendor para uma linguagem acessível, de efeito seguro junto de grandes auditórios, embora - acrescente-se - sem atraiçoar uma linha de seriedade.
As sua linguagem musical é assente numa arquitectura musical forte, o drama, com frases melódicas longas e uma inspiração espontânea para o progresso estrutural. Alcança uma congruência formal cuidada.
Nos seus trabalhos iniciais, o compositor apresentou uma inclinação modal causada pela ânsia de constituir uma relação entre a música contemporânea e a idade dourada da música Portuguesa: o renascimento. Salienta-se também um esboço melódico das canções populares as mais velhas do país. Embora não estivesse principalmente empenhado no folclore Português, estudando e compondo no sossego do país, o Alentejo - aceitou a influência do folclore local muito velho.
De facto, a espontaneidade da sua música tinha de conquistar o público, mas o perfeito domínio do metier que possuiu desde muito jovem, uma excelente orientação básica colhida nas lições e na convivência com Luís de Freitas Branco, não lhe permitiam, evidentemente, cair na banalidade, correr ao encontro do agrado fácil.
Com a maturidade e também devido a largas permanências no estrangeiro, onde contactou com técnicas mais evoluídas, o estilo de Joly Braga Santos foi-se renovando. O vocabulário harmónico tornou-se mais rico, com maior emprego da dissonância e do cromatismo e o cromatismo e o elemento tímbrico passou a assumir uma dimensão não apenas colorística mas também estrutural. Contudo, o compositor não abandonou completamente algumas características que o distinguiram logo: tendência para as grandes formas, para a monumentalidade e uma verdadeira frescura inventiva.
A despeito de incursões valiosas no teatro lírico, de algumas obras de câmara, peças para canto e piano e outras para coro "a-cappella", a produção de Joly Braga Santos é, essencialmente orquestral.


Marcos históricos

♪ Os três Esboços Symphonic (1962) foram distinguidos por Donemus em 1963, e pelo 5o Symphony, “pelo DES Compositeurs Tribune Internationale” (UNESCO) em 1966.

♪ Em 2004, a gravação do Symphony No. 4 pelo polo de Naxos/Marco, executada pelo Orchestra nacional do Symphony de Ireland e conduzida por Álvaro Cassuto recebeu a concessão Classical de Cannes para a categoria do Premier do CD.

Honras
♪ Em 1977, Joly Braga Santos foi distinguido com a ordem de Santiago de Espada pelo Presidente da República de Portugal.



Alguns trabalhos principais

• 1942 - Violino do Nocturne (em E) e premier do piano 4 ': Lisboa, Soloists

• 1943 - quatro canções em poemas pela voz do Soprano de Fernando Pessoa e pela premier do piano: Lisboa 1946. Premier internacional: Dublin 2004.

• 1943 - Cello do Aria I e premier do piano 4 ': O Porto, Soloists

• 1945 - três Sonnets por Camões - “contagens originais de Carmélia a Âmbar

• 1947 - Symphony No. 1 (em D) - “aos heróis e aos Martyrs da segunda guerra de mundo”.

• 1960 - Divertimento I “a Virgilio Mortari” 2.2.2.2 2.2 Tp. Perc. 2, cordas, 24 ' premiers: Nápoles 1961, della R.A.I. de Scarlatti do Orchestra, conduziu pelas gravações do autor: Strauss 870017/PS, polo 1989 de Marco 8.225271, 2004.


• 1984 - Aria um Trio para primeiro Clarinete, viola e piano: Lisboa 1984, Goethe Institut.

Cristiana Coelho

domingo, 24 de fevereiro de 2008



Que os ratos eram animais estranhos, já todos nós sabiamos...
Agora, que gostavam de percussão...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Quem é quem...?

Alguém se atreve a desvendar quem se encontra por detrás desta distorção ....


Cristiana Coelho

Hoje iniciam-se as aulas de Danças de Salão!!!



Devido ao sucesso do workshop organizado pela Associação de Estudantes no ano anterior, hoje, irá realizar-se a primeira de várias aulas semanais de Danças de Salão do nosso Conservatório. As inscrições continuam abertas para quem ainda estiver interessado, mas convém relembrar que o número de pares é limitado.
A Dança e a Alma
A DANÇA? Não é movimento,súbito gesto musical.É concentração, num momento,da humana graça natural.No solo não, no éter pairamos,nele amaríamos ficar.A dança – não vento nos ramos:seiva, força, perene estar.Um estar entre céu e chão,novo domínio conquistado,onde busque nossa paixãolibertar-se por todo lado...Onde a alma possa descreversuas mais divinas parábolassem fugir à forma do ser,por sobre o mistério das fábulas.
Carlos Drummond de Andrade
Cristiana Coelho

terça-feira, 29 de janeiro de 2008


As máscaras que usais
na praça social
são sarna corporal
na pela infectada;
que, quando lavada,
despe a insana,
preconceituosa trama.

As máscaras que usais
apertam o flanco,
o flanco do tronco espiritual
que despido e carnal
exibe de branco
um flamejo desigual.

Flamejados os flancos
despidos e brancos
exalam Luz Etérea
limpando na praça miséria;
e germina veracidade
que em magmática matéria
liberta eternidade.
Aldina (violino)
(foto tirada da net)

Poema

Na lentidão das águas
numa missão de doar
leva nos corais dos sonhos
o Amial pelos carris
unilateral e feliz

Tantos corpos, elementos
flutuam e se afundam
num baptismo prepétuo
sem religião, fecundo.
Que sorrisos transportam
as correntes libertas?
E que lágrimas olharam
brotadas das mágoas
a superfície das águas?

As presente entregaste
sonhos e paz desde a aurora
herança que ao futuro
os seus desejos implora

Fizeram uma ponte
como sinal de união
porque a Natureza une fluída
o que o Homem destrói pela mão

Nas muralhas de um sono
dorme na sua história
a memória rendida
de povos de outrora,
os que viram beijar
com perdão líquido e unguento
as faces da ira
no coração do tormento

Oh! rio que transportas
nos veios da tua ária
as leis do coração.
Tantos segredos guardados
da surdez voluntária
da vileza do vilão

Sem maestro, sem mestre, sem fio
ouçamos essa voz do rio


(Dedicado aos ex - alunos da EB1 de Cernadelo da autora)

Aldina (violino)

Concerto de Santa Cecília



Embora com algum atraso, este artigo vem comentar o concerto de Sta. Cecília, que se realizou no dia 22 de Novembro, no Auditório Municipal de Lousda, onde se manifestou uma grande adesão pela parte dos pais dos alunos do CVS.
Apesar da enorme variedade de classes de instrumento do Conservatório, só uma pequena minoria se disponibilizou a pisar o palco, representadas pela classe de clarinete, saxofone e de metais.
É contudo, importante referir que o oncerto foi, em geral, bastante positivo, pois todos demonstraram um grande nível artístico na execução das suas obras. Esperamos que se voltem a realizar concertos deste género, mas contando com uma maior participação dos professores, de modo a existir uma maior variedade de classes instrumentais representadas.
Para finalizar, não podia deixar de fazer refência ao Coro dirigido pelo Professor António Pacheco, constituído por alguns encarregados de educação dos alunos da escola, que mostraram que é possível fazer–se boa música, mesmo sem grandes conhecimentos musicais.

Vanessa Couto, trompa (7º grau)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A Coesão Grupal nas Organizações


Desde o nascimento, as pessoas aprendem a viver numa sociedade que convive em grupos, tanto na família e amigos quanto no trabalho. Conforme algumas teorias, as pessoas reúnem-se em grupos na procura de meios necessários à satisfação e realização pessoal, além de evitar o sentimento de solidão. Dessa forma, as pessoas buscam reduzir a insegurança de “estarem sozinhas” tentando combinar valores, atitudes, regras e comportamento para satisfazerem seus desejos e alcançarem o seu reconhecimento perante o grupo. Só que os grupos tornam-se mais complexos assim que se expandem da família e dos amigos e chegam até o trabalho. No ambiente familiar e de amigos, os laços de parentesco e afinidade são a regra geral de formação dos grupos. Quando partem para o recinto das empresas, os grupos se ampliam e se subdividem de acordo com as condições impostas.No ambiente de trabalho, os grupos podem ser de natureza formal e informal. Os grupos formais são definidos pela estrutura da organização, com atribuição de tarefas especificas a cada membro. Já os grupos informais são alianças pessoais que não são estruturadas pela organização, ou seja, formam-se por interesses comuns ou afinidade. Nesses dois aspectos, a coesão é um fator importante a ser considerado pelas empresas, pois influencia no relacionamento interpessoal e na produtividade dos colaboradores.Um elevado nível de coesão grupal pode propiciar um ambiente organizacional com mais sinergia e menos conflito. Mas, de acordo com alguns especialistas da área de gestão de pessoas, quanto mais coeso for um grupo mais semelhante será a produção dos seus participantes individualmente. Esses especialistas também afirmam que grupos muito coesos podem ser vítimas do “pensamento grupal”, ou seja, os membros preocupam-se em obter uma concordância geral, que as normas para o consenso passam por cima da avaliação realista das alternativas, e isso pode acarretar uma deterioração da eficiência mental do indivíduo, do seu senso de realidade e de julgamento moral como resultado da pressão do grupo. Em síntese, uma elevada coesão grupal permite a divisão de conhecimentos e habilidades entre os integrantes e proporciona um ambiente mais dinâmico e harmônico. No entanto, as empresas precisam analisar o nível de coesão existente entre os colaboradores, de forma que essa não influencie para uma queda de rendimento e de criatividade individual. Para isso, o desenvolvimento de técnicas para monitorar o tamanho de um grupo, encorajar as pessoas a assumirem posicionamentos distintos e estimular a discussão activa a respeito de uma decisão são algumas ações que, se tomadas pelos gestores adequadamente, minimizam o pensamento grupal e auxiliam no alinhamento dos interesses do grupo às estratégias da organização.
RODRIGO RORATTO*

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A sabedoria da Humildade

Segundo socrates, há dois tipos de pessoas: as que sabem que não sabem e as que julgam que sabem. As do primeiro grupo são sábias, graças à sua humildade, uma virtude que nos incita a tentar compreender o mundo e, consequentemente a aprender.
Sermos conscientes daquilo que sabemos e dar-nos conta do pouco que isso representa em relação a todo o saber possível: é nisto que consiste a humildade, uma das principais habilidades de inteligência emocional. A pessoa humilde parte da constatação de que nunca sabe o suficiente e isto incentiva-a a prestar atenção a tudo e a aprender comoo que está à nossa volta.
A humildade é uma qualidade da inteligência, pois implica curiosidade, receptividade e grandeza de visão. As pessoas humildes interagem com maior eficácia do que as pessoas que pensam que já sabem tudo, as quais se conduzem pela vida com arrogância, como se estivessem a controlar o mundo.
É certo que, na sociedade em que vivemos, há uma certa confusão interessada, que afecta qualidades como a humildade e a bondade. De facto, somos treinado para ocultar a nossa ignorância, para nos calarmos quando não sabemos o que dizer ou, inclusive , para aparentarmos conhecimento. No final, acabamos por acreditar que sabemos e não vamos mais além, deixamos de indagar e de nos interessar, limitando assim o nosso conhecimento e as nossas habilidades , por falta de desenvolvimento e de treino.

Cultive a humildade
- é daquelas pessoas que tende a interromper as conversas ou escuta-as até ao fim?
- quando se aproximam de si para falar, imagina vêm dizer ou interroga-se sobre o que quererão?
- se alguèm diz algo que contradiz uma ideia ou opinião sua, defende-a com fervor ou pede ao outro que amplie a sua argumentação?
- quando lhe falam, prepara mentalmente a resposta ou ouve e observa com máxima atenção?
- interroga-se sobre o como e o porquê das coisas ou é dos que se conformam em vê-las passar?

Agir com coerência
É muito fácil dizer que somos consciêntes da nossa ignorância ou do pouco que sabemos. Realmente difícil é agir em consequência. Porque a humildade implica uma atitude muito inquieta, desperta, atenta e vigilante face a si mesmo e aos outros: qualquer coisa é sempre percebida como fonte de aprendizagem.
O eixo principal desta sabedoria encontra-se numa grande capacidade para abrir interrogações , para se instalar numa dupla consoante e evitar a comodidade das faltas certezas. O indivíduo humilde percebe a insuficiência do seu saber , evita fecha-se nas suas próprias ideias e abre-se para que entrem novas explicações e conhecimentos, com os quais possa ampliar os seus critérios e as suas opiniões.
Humildade e auto-estima, embora possa parecer paradoxal, estão directamente relaccionadas, semos consciêntes da nossa insignificância, sentirmo-nos como um simples frão de areia, nao exclui que se possa atingir a grandeza de desenvolver o seu próprio potencial e se sentir parte de um todo. a Humanidade.
Cultive dentro de si e sem medo uma forma de ser aberta à dúvida e à interrogação e comprovará como ganha em sabedoria.

Atitudes que implicam humildade
-Curiosidade, interesse e empenho em descobrir mais e mais;
-Atenção na escuta e na observação;
-Coragem para perguntar o que não se entende;
-Ausência de preconceitos;
-Não ocultar nem fazer ostentação daquilo que se sabe;
-Tendência para a surpresa e o entusiasmo;
-Capacidade de se interrogar, questiona e questionar-se.

Revista mensal Saúde e Bem-Estar, Janeiro, número 165

Cristiana Coelho

domingo, 20 de janeiro de 2008

Ao ritmo da dança

Dançar é benéfico, tanto a nivel fisico como emocional. É uma excelente forma de acabar com o stress e desfazer as tensões do quotidiano. Além do mais, cria sensações de bem-estar e aumenta a auto-estima. A dança, enquanto terapia, vê a pessoa como um todo, influênciando o seu estado de espirito, pelo que encoraja o processo de cura. Muitos terapeutas aplicam-na, por isso para melhorar algumas patologias.Dancemos, então!
Ao estar em movimento, quer seja dançando, caminhando ou fazendo ginastica, o corpo expressa-se e comunica. Dançar é uma forma de comunicação, muitas vezes, esquecida; e, sendo uma actividade aerobica, tambem é uma boa maneira de equilibrar o organismo.
Os defensores da dança asseguram que, com esta actividade, o corpo liga-se com a mente, um dos segredos para promover a saúde interior. Dançar actua como linguagem corporal, criando um vínculo muito importante entre a mente e o corpo.

A Dança da Saúde
A dança é uma das terapias mais antigas qiue existe. Tribos ancestrais já acreditavam na existencia de um espirito curativo, que podia ser libertado do interior da pessoa, através da música e da dança. Ao anoitecer, os membros da tribo dançavam livremente à volta do fogo, ao ritmo monótono dos tambores, deixando que o seu corpo se move-se por si só, sem o controlar, ao ponto de se desligarem por completo e entrarem num estado de transe. Esta era uma maneira de curar as doenças do espírito, as quais, ao aflorarem ao exterior, se desprendiam.

Benefícios da Dança
A nivel psíquico:
-melhora a imagem corporal e, portanto, a auto-estima.
-diminui o stress, a ansiedade e os medos.
-exterioriza a raiva e elimina-a
-diminui as tensões mentais e corporais

A nivel físico:
-proporciona mobilidade muscular e articular
-aumenta a elasticidade de tendões e musculos
-melhora a força muscular e a capacidade de movimento
-queima calorias, diminui o colesterol e aumenta a capacidade cardio-respiratória
-é uma grande ferramenta contra os problemas osseos e de artroses
- aumenta a coordenação e a flexibilidade.

Revista mensal Saúde e Bem-Estar
Janeiro 2008
número 165

Cristiana Coelho

Concerto de Reis



No passado dia 05 de Janeiro realizou-se como já é habitual o concerto de Reis, mas este ano com um brilho especial. O auditório estava repleto, o que é uma mais-valia para o incentivo de todos aqueles que participaram neste concerto. Contamos com a presença de Rui Rodrigues, compositor de uma das obras interpretadas pela nossa Orquestra de Sopros, Bachus. A presença deste jovem compositor contribuiu para dar um toque especial a toda aquela noite de concerto, nada melhor que o próprio autor para nos explicar o contexto e o encadeamento em que a obra foi escrita.
Iniciativas destas são de louvar, e por isso aproveito para felicitar o responsavel por este acontecimento, tudo isto contribui para elevar o nome desta nossa,vossa casa.


Cristiana Coelho

sábado, 19 de janeiro de 2008





A A.E está a organizar uma Palestra e concerto sobre compositores Portugueses que se irá realizar dia 22 de Fevereiro de 2008 na Sala de Audições Clemente Bessa.

Contamos com a tua presença!





Aulas de Danças de Salão

Estão abertas as inscrições para as aulas de danças de salão que se irão realizar às quintas-feiras das 20h às 21.30h nos Bombeiros Voluntários de Lousada. As inscrições terão de ser efectuadas com par.
25€ por pessoa com desconto de 20% para a comunidade do Conservatório do Vale do Sousa.

Descontraia e disfrute de bons momentos de convívio e diversão.... bailando

Cristiana Coelho

Sarau de Solidariedade

A A.E está a organizar um sarau de solidariedade social que se irá realizar dia 22 de Fevereiro 2008 às 21:30h no Auditório Municipal de Lousada. Os fundos revertem a favor do Lar de Monte dos Burgos do Porto (2 colcheias por pessoa).
Juntem-se a nós por uma causa nobre!


Cristiana Coelho

O papel da música no desenvolvimento das competências sociais dos seus filhos

O desenvolvimento da inteligência consegue-se através de varias “ferramentas” que estão ao alcance de cada ser humano, se devidamente guiado e instruído, pelos que têm como responsabilidade a sua educação.
A cada pai e mãe cabe, assim, concentrar um investimento detalhado para que possa ver crescer os seus filhos harmoniosamente.
O crescimento harmonioso é, no entanto, muito mais importante do que o desenvolvimento de uma das partes daquilo que caracteriza o ser humano.
Infelizmente, a pressão social e de “parecer” leva muitos pais a “puxar”, literalmente, por certas competências dos seus filhos. Muitas vezes ouvimos dizer que “o meu filho aos 3 anos já lia” ou “ainda não tinha quatro anos já fazia contas de cabeça”. Esta necessidade de perecer mais inteligente e mostrar aos outros as “habilidades intelectuais” superiores dos nossos filhos tem produzido, infelizmente, muitas crianças disfuncionais, que, por razoes de incoerência e desequilíbrio, nunca atingiram a sua maturidade em todas as áreas e dimensões da vida humana. São assim produzidos seres infelizes que carregam consigam a vida fora o fruto da incorrecta ideia de educar, partilhada pelos seus progenitores ou educadores.
Existe uma área na qual este tipo de desequilíbrio é cada vez mais visível, na qual as disfunções se revelam atrozes, obrigando ao pagamento de um elevado tributo ao pagamento. Referimo-nos á dimensão social.
Não basta desenvolver ao máximo a inteligência dos nossos filhos para que sejam pessoas de sucesso. É necessário igualmente ensina-los a viver em sociedade, a manifestarem fidelidade nas suas relações sociais, a revelarem-se pessoas de confiança e de palavra, competências de empatia pelos sentimentos e estados de alma dos que os cercam, sem perder a própria individualidade. Estar atento aos outros, saber ouvir e responder a seu tempo, ter uma mente sociável, que gosta das pessoas mais do que das “coisas” leva-nos para a questão do desenvolvimento da inteligência emocional, que é impossível conseguir sem o envolvimento dos “outros”, pois é só em sociedade que as emoções se podem construir e manifestar.
Nesta perspectiva, a música desempenha um papel relevante. Não só com ela é possível desenvolver a inteligência dos seus filhos, mas também criar competências sociais importantes que farão a diferença entre o ser ou não ser equilibrado e funcional.
Como é que a música promove o desenvolvimento das competências sociais?
A musica, podemos dizer de modo simplista, é composta por 3 dimensões: ritmo, a harmonia e a melodia.
Consideremos o ritmo: o ritmo permite dar alma á música. Uma vez definido o compasso, o valor das notas, é possível padronizar e juntar vários instrumentistas. Para que isso aconteça, é fundamental aceitar uma disciplina milimétrica, sem a qual não poderia haver entendimento musical. Ir mais “depressa” num compasso, implica um desajuste com os outros instrumentistas, inviabilizando o prazer de uma música agradável. Ora, para viver em sociedade é necessário desenvolver a disciplina. Disciplina para se chegar4 a horas para o emprego, disciplina para não passar não passar á frente numa pessoa numa fila de espera, disciplina para não comprometer a integridade física, intelectual ou social numa terceira pessoa. Viver a vida sem disciplina torná-la-ia simplesmente impossível. A disciplina pode ser conseguida de 2 maneiras (fundamentalmente): por imposição externa, de outros, (como os pais, professores, policia, exercito, etc.) ou de modo interno (por decisão própria, nascida nas motivações profundas do ser humano que tem de tomar decisões e viver com os outros).
É hoje um campo comum que os alunos são indisciplinados nas escolas. Não respeitam os outros, não desenvolvendo hábitos de disciplina na leitura, na realização dos trabalhos de casa, são indisciplinados com os professores, educadores e colegas.
Esta grave condição do nosso sistema educativo esta a produzir um pesado fardo que nos tira muitas energias que deveriam ser aplicadas na formação de seres serão vencedores no mundo competitivo actual. Uma dessas consequências manifesta-se através de elevado absentismo por baixa de doença por parte dos professores, fruto do ambiente de indisciplina vivido nas escolas, manifestado pelo crescente número de agressões contra os professores, tornando a arte de ensinar um pesadelo diário para milhares de pessoas.
Haverá alguma solução para esta condição?
Certamente que aqui conseguiríamos ter muitas soluções (quase tantas quantas as cabeças que pensariam na questão!). Mas muitas dessas soluções assentam na manutenção da disciplina de forma externa (aumentar o policiamento das escolas ou colocar vídeo-vigilância nas ruas, são exemplos frequentemente apresentados).
No entanto a disciplina deve ser algo de dentro para fora; isto é, que esta no individuo e o ajudará a viver em sociedade, pois haverá sempre situações em que a policia não esta presente ou a ver, em que a câmara de vídeo não funcione, e, por isso, se contarmos com meios externos para conseguir obter a disciplina, acrescentaremos fracassos após fracassos.
É neste contexto que a música a assume um papel de importância inestimável pelo contributo que pode trazer para o desenvolvimento das competências sociais dos nossos filhos.
Quando uma criança aprende a sentir o pulsar da música, distinguindo os compassos binários, ternários, quaternários e compostos, ela aceita naturalmente a disciplina para conseguir o efeito procurado. Deste modo, ela aprende a estar atenta aos detalhes que fazem a música, e, ao mesmo tempo, a dominar os seus ímpetos numa direcção contrária à que é definida pelas informações rítmicas da pauta musical.
Mas as vantagens deste processo vão mais além do que o simples aprender a bater o compasso: a necessidade de prestar atenção! O desenvolvimento da concentração. Ao ter de se concentrar dos outros que tocam com o mesmos ritmo, ou referenciados por um aparelho de precisão (como é um metrónomo), a criança aprende a aceitar outra “lei na vida” que não a dela. De uma atitude auto-concentrada, estranhando outras fontes de autoridade e domínio sobre si, é aprendida a lição da humildade e inter-dependência humana. Outro aspecto importante a salientar aqui é, depois de interiorizada essa disciplina do compasso e da unidade de tempo, a criança já não precisara do metrónomo para se disciplinar, por isso é agora algo que lhe pertence, e ela consegue, sem errar muito, manter o ritmo correcto da sua pauta musical, sem estar dependente de ajuda externa, como um metrónomo.
O desenvolvimento deste processo tem reflexos sobre as outras áreas da vida da criança. Ela aprende que existem outros ritmos – ou os dos outros – para além do seu, aprende a estar atenta aos diferentes ritmos, respeitar esses ritmos, a não impor a sua vontade de modo totalitário manipulando os que a rodeiam. Aprende a partilhar e a trabalhar em equipa, em sociedade. Sem esta componente, ela não seria um ser adulto de sucesso, e, para isso, se for bem usada, a música pode contribuir decisivamente.


Luís Nunes
Sociólogo da Medicina e da Saúde, Mestre em Saúde Publica

In “Revista Saúde & Lar” 65º ano n.º 720 pp 14-15
revista mensal

(artigo cedido gentilmente pelo Professor de clarinete Tiago Abrantes)
Olá a toda a comunidade do Conservatório do Vale do Sousa.
Este é o novo blog da Associação de Estudantes onde poderão ter acesso a várias informações sobre o nosso conservatório, para além de poderem enviar artigos, comunicados e até expressar as vossas opiniões.
Contámos com a vossa colaboração.
Cristiana Coelho